domingo, 3 de outubro de 2010

Palavras em conjunto

Mexendo nos meus arquivos antigos encontrei uma poesia feita por mim e por minha gêmea Juliana Trentinne, obviamente que com a maior participação dela.

“são olhos de insatisfação
Eles espiam a chuva descer devagar
Até o tempo está ameno
A água cai em conta-gotas
E leio as palavras de devastação
que alastram-se mortas
em um eterno ressonar

Vejo o mundo lá fora dentro de uma gota
E o mundo cai lentamente da janela enferrujada
Caiu a insustentável leveza do ser
Me reponho, recomponho todos os dias

sou horta morta
cultivada, regada ao luar
sou elevada, fabricada e colhida
e a alma é tolhida de cifras
canso de ser, de me recolher
junto- me a eles pra virar melodia

E assim nos aniquilamos diariamente
temos apenas que juntar os cacos
e tornarmo-nos um quebra cabeças
um xadrez de peças tortas
ou um labirinto sem passagens

Que imagem vês?
Que palavra eis?
Que mundo te abrigas?
Somos nós?ou estou sozinha
para plantar os sonhos?
Quero saber se vou colher verdade
Quero saber se seremos plural
Ou o que petrifica é a singularidade...

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